O povoamento do território, muitas vezes intenso e desordenado, fez com que a vegetação natural da Ilha da Madeira fosse profundamente marcada pela acção humana.
O recurso à prática corrente do fogo (queimadas), a pastorícia e o corte de árvores e arbustos, foram os factores essências que fizeram condicionar a natureza, ao quotidiano do homem.
De facto, muitas áreas florestais foram derrubadas com o objectivo de obter lenha para os engenhos de açúcar ou para extracção de madeiras de boa qualidade. Na vegetação actual da ilha, destacam-se predominantemente culturas agrícolas, espécies florestais, mato de espécies autóctones e prados naturais.
As áreas com formações vegetais indígenas ou florestas originais, incluídas na flora Macaronésica (espécies oriundas da Madeira, Selvagens, Açores, Canárias e Cabo Verde) são actualmente pouco extensas ou reduzidas.
Numa faixa compreendida entre os 600 e os 1.300 metros, zona onde se verificam os mais altos valores de humidade relativa, ainda restam alguns belos núcleos da floresta higrófila primitiva - Laurissilva - que incluem exemplares de til, vinhático, loureiros, folhados e cedros. A maior parte da área anteriormente ocupada pela Laurissilva, encontra-se hoje repleta por eucaliptos, acácias e pinheiros que encontraram aqui condições propícias ao rápido crescimento e propagação. Este facto provoca, no entanto, problemas de funcionamento dos sistemas naturais pelo seu carácter invasor.
Nos picos mais altos o coberto vegetal é mais pobre, porém a urze molar, a uveira da serra e a sorveira conseguem resistir às condições mais agrestes - frio, neve e ventos fortes.
A área agrícola desenvolve-se sobretudo abaixo dos 600 metros, em explorações de pequena dimensão, em terrenos de declive variável, geralmente armados em socalcos artificias, denominados por poios.
A agricultura baseia-se fundamentalmente na cultura da banana, cana-de-açúcar, vinha, árvores de frutos tropicais (abacateiro, anoneira, mangueira), árvores de fruto de regiões temperadas (castanheiro, figueira, nespereira, nogueira, cerejeira, macieira, pereira, laranjeira, limoeiro, etc.), cereais (milho e trigo) e hortícolas diversas (batata, batata-doce, fava, couves, feijão, inhame, tremoço e outras culturas de subsistência).
Com excepção da bananeira e cana-de-açúcar que são monoculturas, as demais, incluindo-se a própria vinha, cultivam-se em geralmente associadas a outra cultura num sistema típico de policultura intensiva.